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Início da Quinta do Torneiro

MAIS DE 300 ANOS DE HISTÓRIA

Segundo o Memorial Histórico do Julgado de Oeiras, a Quinta do Torneiro, situada entre Paço d’Arcos e Porto Salvo, já existia em 1581, estando na posse de Pero Fernandes Torneiro e sua mulher. Segundo o Memorial Histórico, “Deste seu proprietário, que não sabemos se terá sido o primeiro ou não, terá ficado o topónimo Torneiro”.


Dada a múltipla sucessão de proprietários, é desconhecido o responsável pela construção da quinta. No entanto, referências comprovam a sua existência desde o século XVIII, e possibilidade de aproveitamento de estruturas do século XVI.


Só em 1709, já na posse de Francisco de Sá, voltamos a ter notícias da Quinta, conhecendo vários proprietários até ao século XIX. António Izidro da Costa, 1º Visconde de Porto Salvo, herda a Quinta do Torneiro, sendo, como referido no documento, “da sua responsabilidade a construção de um chafariz para abastecimento público de água no exterior da Quinta, junto a um dos portões de entrada, conforme podemos atestar por uma inscrição no local datada de 1822".

OS EDIFÍCIOS DA QUINTA DO TORNEIRO 

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O comprimento da construção e a importância concedida ao portal e à fachada remetem para as características dos solares deste período. A entrada da Quinta é feita através de um grandioso portal, que dá acesso a um amplo pátio composto pela residência principal e pelas estruturas ligadas à produção agrícola, mantendo-se, atualmente, o celeiro e o lagar para a produção de vinha. 


A capela, dedicada a Nossa Senhora dos Anjos, está assinalada com a data de fundação de 1718, revelando a importância que assume. Constituí uma edificação de elevada riqueza ornamental no seu interior, sendo as cenas dos painéis de azulejo azul e branco uma representação de Natividade e Anunciação. Estas cenas assumiam um papel educativo dado que a maior parte da população era analfabeta. 

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Nos vastos salões, também os painéis de azulejo dominam, desempenhando, aqui, uma dupla função: aumentar o espaço ao nível da perceção e enriquecer com decorações ornamentais. Tradicionalmente, as paredes podiam ainda ser enriquecidas com tapeçarias, quadros ou tecidos preciosos. Os tetos, por sua vez, caracterizavam-se por ser de masseira, revestidos de pinturas que, atualmente, como refere o documento “na maioria dos casos, já não se encontram vestígios.”


Os vários salões dão acesso a uma ampla varanda que comunica com o jardim, funcionando como um prolongamento da habitação. Na época, os jardins assumiam uma grande importância, destinando-se à convivência e sociabilidade. Como referido pela fonte, os jardins representavam o esplendor dos palácios e o prestígio da família, obedecendo, por isso, a um rigoroso geometrismo.

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A azulejaria, uma das maiores expressões da arte portuguesa do século XVIII, é o elemento que mais sobressai deste conjunto, encontrando-se em bom estado de conservação. Este, à semelhança do que refere o documento  "não tem uma função meramente decorativa, mas constitui uma forma de recriar o Mundo e de transmitir valores. As cenas retratadas possuem um inegável valor histórico e etnográfico, testemunhando modos de vida, hábitos culturais, valores e, até, paisagens da época em que foram concebidos.”

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